Total de visualizações de página

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Brasil: país lúcido ou nação desorientada?

E mudam as formas de governo, fazem, refazem e desfazem instituições. Filosofias e novas ideias vão surgindo e desaparecendo em relances, enquanto essa tal moral, cinzenta como nunca antes, se enaltece nos alicerces de uma ética corrompida, individualista e partidária. 


Brasil, país emergente com economia de “primeiro mundo”, terra da alegria e de um futuro brilhante, tão próximo a ponto de podermos tocá-lo com as pontas dos dedos, em apenas um esticar de braços. Na televisão, propagandas privadas cedem espaço ao marketing público, onde nos vendem e tentam empurrar de todas as maneiras possíveis a concepção da certeza de vivermos em um país maravilhoso e, no mais fiel sentido da palavra, progressista.

Mas, até quando vamos aceitar e nos acomodar perante tamanha hipocrisia? Enquanto pintam a nação dos sonhos, corrupções se multiplicam a cada dia, ainda mais abusivas. Mostram-nos números frios, que em nada ou muito pouco se traduzem na vida de nossa população; ostentam, se gabam e pregam a democracia, quando na verdade não passa de uma política unilateral e movida por interesses.

Nossa terra, nosso solo, nossas águas, nosso povo e cultura, enfim, nossa pátria tem realmente muito a oferecer, sendo nossas riquezas demasiadamente imensuráveis. Temos um potencial enorme, somos privilegiados pela natureza e com um povo singular em termos de convívio entre etnias, de valores culturais, de história, e, até mesmo, carisma. Porém, nossa pífia política pública administrativa acaba por retardar, ou mesmo travar, essa locomotiva esplêndida chamada Brasil.

“Nossos bosques têm mais vida e em nossa vida, no teu seio, mais amores”, já sabemos. Falha-se em não falar dos nossos impostos, que são mais exorbitantes que em qualquer outra parte do mundo; falha-se em se fazer valer os direitos e leis em patamar de igualdade entre todos, absolutamente todos, cidadãos desse país; falha-se em cumprir com as centenas de promessas baforadas com entusiasmo e cuidadosamente discursadas e proferidas com técnicas de oratória que visam tão somente à alienação cega de um povo manipulado com jogos de futebol e carnaval. Tudo isso, diga-se, entre doações de beijos a crianças, sorrisos falsos e “ajudas” mesquinhas em formato de moedas para se usar nesse comércio em que a mercadoria principal e única é um voto (intransferível?...).

Definitivamente, a lucidez indica claramente que há muito que se mudar. Algo tem que alterar o rumo deste governo em que a má fé e os abusos alcançam a surrealidade. Onde a ética legítima é afrontada diariamente e famigerados representantes, não todos, mas a grande maioria, se acham pessoas acima da imperatividade  das mais fundamentais leis, garantias, princípios e, principalmente, deveres citados em nossa Constituição Federal,  a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada sob a proteção de Deus.

Mas vivemos em um país rico e no qual a pobreza está praticamente erradicada, como países milenares do continente europeu. Não há nada com o que se preocupar... Fazer o que? Já pintamos os rostos, levantamos cartazes e saímos às ruas em protestos, já reivindicamos e invadimos sedes do governo, e pouco ou nada mudou. Talvez seja essa uma derradeira e infundada alternativa que nos resta, a ironia, uma tentativa meio que frustrada e desesperada de se fazer sermos ouvidos, de obter a atenção e a consideração de nossos políticos, nossos meros (na teoria, não na prática) empregados.

Enfim, após esmiuçar e destrinchar o atual quadro degenerativo e inerte de nossa política, evidentemente que há muito que se pensar, há muito que se evoluir, há muito para se revoltar. Nós, povo brasileiro, temos que nos comover e nos unir a fim de endireitar o curso desta embarcação em direção a maioria, e não à minoria. Somos o mastro, o leme e o timão desta embarcação verde e amarela, então usemos os remos e velas (nossos eleitos) para os convenientes, pertinentes e devidos fins. Brasileiro não desiste nunca, e como se canta, “se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta.”

Ó Pátria amada! “... Gigante pela própria natureza. És belo, és forte, impávido colosso...” E que o teu futuro realmente espelhe essa grandeza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Top 10